quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


CRISTO É VERDADEIRO AMIGO
28 de Fevereiro


“Mãos que oram”
 
 

No século XV, em uma pequena aldeia de Nuremberg, na Alemanha, vivia uma família com 18 filhos. A fim de garantir a comida na mesa para todos os filhos, o pai desta família trabalhava quase 20 horas por dia. No entanto, mesmo a situação precária e bastante debilitada não impediam de dois desses filhos nutrirem um grande sonho de infância: Queriam ser artistas, pintores; mas, sabiam que seria impossível realizar tal sonho desta forma. Assim, tiveram uma idéia: tirar na sorte qual dos dois iria estudar, enquanto outro trabalharia nas minas para sustentar aquele sonho. Após um dos irmãos ter concluído seus estudos, ele então sustentaria o que havia ficado nas minas trabalhando, para que também pudesse realizar o seu sonho.

Albrecht e Albert Dürer lançaram uma moeda no ar, a qual fez com que o primeiro ganhasse o sorteio e assim tivesse o direito de ir para a cidade grande e realizar os seus quatro anos de estudo. Enquanto isso, Albert cumpriu com o trato e trabalhou incansavelmente nas minas durante aqueles fatídicos quatro anos para que seu irmão pudesse então ser agraciado por meio de seu árduo trabalho.

Dito e feito. Albrecht concluiu os seus estudos, criou belas artes e se tornou relativamente famoso em sua região logo nos primeiros anos de sua carreira como artista. Mesmo com tudo isso, ele não se esqueceu de Albert, e quando regressou a casa de seus pais, para comemorar a sua vitória e dar a boa notícia a seu irmão de que já tinha fundos necessários para agora também bancar o seu estudo, ele foi surpreendido por um momento de grande emoção, na mesa do jantar.

Albrecht levantou uma taça e disse: “Albert, meu bendito irmão, obrigado por tudo, agora é a sua vez. Podes ir a Nuremberg que eu cuidarei de ti”. Todos ficaram ansiosos pela resposta de Albert, no entanto, lágrimas rolavam em seu rosto enquanto fazia sinais negativos com sua cabeça. Ele disse: “Não posso irmão. É tarde demais para mim. Veja o que estes quatro anos de duro trabalho nas minas fizeram comigo, especialmente com as minhas mãos. Meus ossos se partiram, sofro de artrite e não consigo nem levantar minha taça para retribuir o seu brinde, quanto mais fazer linhas delicadas em pergaminho ou tela usando pena ou pincel. Mas, obrigado, estou feliz por você estar bem!”.

Aquelas palavras emocionaram aquela família e ainda deram uma linda lição de amor, amizade e dedicação a todos que ali estavam e também para nós, hoje. Albrecht, alguns anos depois, desenhou cuidadosamente as mãos maltratadas de seu irmão com as palmas unidas e os dedos emagrecidos estirados na direção do céu. Esta obra, posteriormente, ficou conhecida em todo mundo, como um tributo de amor, sob o título: “Mãos que oram”.

Esta linda história nos faz lembrar de outra ainda mais importante e especial para toda a humanidade. Assim como Albert deu o seu tempo, seu sonho, seu suor, suas lágrimas, sua própria vida para que seu irmão pudesse realizar o seu sonho. Alguém também fez o mesmo por cada um de nós, e podemos ir ainda mais longe e dizer que este alguém fez muito mais que aquele bom irmão da história acima.

Este tempo de Quarema nos lembra este alguém: Jesus Cristo! Um precioso amigo, um grande irmão, nosso único e suficiente salvador que, para que nós pudessemos ter a salvação, o perdão dos pecados e a vida eterna, realizou todo o árduo trabalho em nosso lugar, conforme vemos no relato do Apóstolo Paulo aos Filipenses, capítulo 2, versos 7 e 8: “Antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens, e reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. Ou seja, Jesus Cristo abdicou de sua glória, de toda a sua majestade e de todo o seu poder e assim, entrou na mina por cada um de nós, trabalhou duro, sofreu, se humilhou, se dedicou e, em fim, precisou entregar a sua própria vida, para que o sonho da humanidade se tornasse real: A vida eterna!

Assim como Albrecht não iria conseguir de forma alguma realizar o seu sonho com as suas próprias forças, nós também, de maneira nenhuma conseguiriamos conquistar a nossa salvação, seja por meio de nossas obras, nossas forças ou nossa própria dignidade. Sosinhos, isto seria algo impossível, no entanto, o amor de Deus possibilitou este presente para toda a humanidade. Paulo, em sua carta aos Romanos, capítulo 3, verso 23 e 24 nos lembra o que realmente somos e quem é que fez toda a obra em nosso lugar e em nosso favor, ele diz: “Pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, sendo justificados graciosamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus”. Se em nossa história, a bondade e Albert ajudou seu irmão em sua vida; aqui temos algo ainda muito maior, uma prova de amor ainda muito mais significativa e especial, onde a Graça de Deus recai sobre nós por causa da Obra Redentora de Cristo na cruz, ou seja, um presente eterno e sem igual, nós é dado inteiramente de graça e unicamente por amor.

Esta prova de amor, este árduo trabalho, esta obra graciosa nos foi garantido na cruz do calvário, onde o Filho de Deus foi pregado, derramando o seu santo e inocente sangue por cada um de nós, pobres e miseráveis pecadores. O Evangelista João nos relata o momento em Cristo rende o seu espírito, conforme capitulo 19, versos 28 a 30: “Vendo Jesus que tudo estava terminado, para se cumprir a Escritura, disse: Tenho sede! Assim, embeberam de vinagre uma esponja e, colocando-a nun caniço de hissopo, lhe chegaram a boca. Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.” Foi assim que Jesus cumpriu a obra de salvação em nosso lugar, e se hoje, podemos viver este tempo de Quaresma e refletirmos sobre estes fatos é por que há quase 2.000 anos atrás o Filho do Homem se fez um de nós, pagou um preço por cada um de nós e, através de seu sangue, nos condeceu graciosamente a Salvação.

O brinde de alegria e emoção desta história também aconteceu, logo três dias depois, quando as mulheres que seguiam Jesus foram até o sepulcro para vê-lo. Lá, encontram um anjo que lhe deu uma grande notícia, confome Mateus 28. 5 – 7: “Não temais, porque sei que buscai Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressucitou como tinha dito. Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos”.

Jesus Cristo, o nosso Verdadeiro Amigo, cumpriu a obra em nosso lugar e não nos cobrou nada em troca, mas o fez simplesmente em bondade, misericórdia e amor. Assim, como Albert, em nossa vida também teremos muitas oportunidades de nos doarmos por alguém, de fazermos um sacríficio pelo nosso próximo, de amar o nosso semelhante. E quando estas oportunidades surgirem podemos agarrar e fazê-las com toda a alegria e dedicação, na certeza, que antes disso, alguém já nos amou primeiro e nos ensinou a amar; alguém já nos perdoou e nos ensinou a perdoar; alguém já cumpriu um árduo trabalho em nosso lugar e assim, também nos ensinou a ajudarmos e auxiliarmos o nosso irmão em todas as suas necessidades, dificuldades e tribulações.

 
 

Cristo abriu mão de sua glória por causa de nós e nos concedeu, por graça, a salvação, a remissão dos pecados e a vida eterna. Ele é nosso amigo, nosso irmão, nosso Salvador!


“Em Jesus amigo temos”




Em Jesus amigo temos, que sofreu a nossa dor.
E nos manda que levemos os cuidados ao Senhor.
Falta ao coração dorido, gozo, paz, consolação?
Leva, ó coração ferido, tudo a Deus em oração.

Andas fraco e carregado de cuidados e temor?
Vai ao Salvador amado, vai com fé teu mal expor.
Busca o teu melhor amigo, fala a Cristo em oração;
Nele encontras terno abrigo e repouso na aflição.

Cristo é verdadeiro amigo, disto provas nos mostrou,
Quando para ter consigo os culpados, se humanou.
Derramou seu sangue puro, dos pecados nos lavar;
Paz na terra e, no futuro, vida eterna vai nos dar.

Letra: Joseph Scriven, 1865.
Música: Charles C. Converse, 1868.





Helvécio José Batista Júnior

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