domingo, 17 de março de 2013


A PEDRA ANGULAR

Lucas 20. 9 – 20 e Filipenses 3. 4 – 14

                           

        
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
            “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas” (Lc 20.17)



 

Para entendermos este versículo e, em fim, toda esta parábola, se torna importante olharmos para o contexto onde ela é dita por Jesus. Apartir do versículo 28 do capítulo 19 do Evangelho de Lucas temos Jesus Cristo entrando na cidade de Jerusalém, e, naquele episódio quando boa parte da multidão se aglormera nas ruas para recebê-lo, os mestres da lei, os religiosos da época, aqueles que eram responsáveis pela pregação das Sagradas Escrituras, logo se irritam com todo aquele alvoroço e, pedem para que Jesus mande os seus seguidores se calarem, ao passo que Cristo responde: “Eu afirmo a vocês que, se eles se calarem, as pedras gritarão” (Lc 19.40).

            Já na cidade de Jerusalém, Jesus se entristece pela forma como a “cidade santa” trata e tratou os profetas do Senhor em toda a sua história e de uma forma bem especial, Jesus lamenta pelo fato de Jerusalém não ter “reconhecido o tempo em que Deus veio para salvá-la” (Lc 19.44).

            Após isso, Jesus então vai ao Templo, um lugar sagrado, construído para orações, sacrifícios e louvores a Deus, e o que ele encontra? Um verdadeiro comércio. Onde ninguém está preucupado com a Palavra do Senhor, onde ninguém quem saber do Deus Verdadeiro, mas sim, garantir o seu dinheirinho com as suas mercadorias. Jesus, que antes estava triste com a situação de Jerusalém (Lc 19.41), agora fica irritado com o desrespeito das pessoas pela Casa de Deus, e também pela omissão dos Líderes Religiosos com este fato. Assim, Jesus passa a expulsar os vendedores e comerciantes do Templo (Lc 19.45) e afirma: “A minha casa será uma Casa de Oração” (Lc 19.46).

            Em todos estes episódios, os mestres da lei, chefes de sarcedotes, em fim, as autoridades religiosas da época ficavam enfurecidos e loucos para, o quanto antes, capturarem Jesus e o matar. No entanto, ao mesmo tempo, estava receosos pelo fato de muitos do povo o darem atenção; deste modo, tentaram o atingir e até mesmo o humilhar diante do povo por meio de palavras, perguntas, questionamentos para fazer com que Jesus tropessasse e o povo então perdesse a admiração que tinha por ele (Lc 20. 1 – 8).

            Diante de toda esta situação, Jesus então conta uma parábola, uma história, direcionada ao povo, mas também aqueles que o perseguia, o rejeitava e queriam a sua morte. Assim, chegamos ao nosso Evangelho de hoje (Lc 20. 9 – 20).

            Algumas perguntas podem surgir, e, olhando para todo este contexto, se torna mais fácil termos as respostas. Em primeiro lugar: Quem é este dono da vinha que a arrendou e foi viajar? O próprio Deus, o nosso Pai dos Céus (Lc 20.9). Pois bem, sabendo que Deus Pai é o dono da vinha, quem são os lavradores aos quais ele confiou a sua plantação e colheita? Aqui podemos dar duas respostas: O povo e as autoridades religiosas da época (Lc 20.10a). No tempo da colheita, Deus então envia seus servos, um após outro, que acabam sendo rejeitados pelos lavradores e até mesmo feridos. Quem são os servos? Os profetas do Senhor, aqueles que foram rejeitados e maltratados, aqueles pelos quais o próprio Jesus chorou e lamentou (Lc 20. 10b – 12a). E ai, chegamos ao ápice de nossa história, o ponto fundamental; pois quando o dono vê que todos os seus servos foram rejeitados, humilhados e feridos pelos lavradores, ele então decide enviar o seu próprio Filho, e agora, com toda a certeza, já sabemos quem é este este Filho: Jesus (Lc 20. 12b – 15). E conforme a parábola nos conta, ele também foi rejeitado, humilhado, ferido e morto. Afinal de contas os lavradores queriam a vinha e toda a plantação somente para eles. E para entendermos bem esta questão, naquela época, na região de Israel, quando o herdeiro de algum proprietário morria, toda a sua propriedade e suas terras passariam posteriormente a serem dos seus empregados, então, a ideia dos lavradores eram: Matamos o filho que é o herdeiro e assim, quando o dono da vinha morrer, toda esta plantação será nossa. Neste ponto da história, quando Jesus pergunta as pessoas o que elas achavam que o dono da vinha iria fazer com estes trabalhadores, elas respondem: “O dono irá matar aqueles homens e dará a vinha para outros” (Lc 20.16); e Jesus complementa, citando o Salmo 118, verso 22: “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas” (Lc 20.17). É interessante que o nosso texto, já no seu final lembra que os mestres da lei, as autoridades religiosas  ali presente junto ao povo, ouvindo esta história de Jesus se dão conta que Jesus havia contado esta parábola justamente contra eles (Lc 20. 19). E isto faz muito sentido, pois como vimos anteriormente, eles rejeitaram os profetas do Senhor, o próprio João Batista, o precussor de Cristo, transformaram a Casa de Deus em um verdadeiro comércio e agora estavam rejeitando o próprio Filho de Deus, o filho do dono da vinha e ainda, planejavam confrontá-lo, ameaçá-lo, prender ele, e como já sabemos: Matá-lo (Lc 20.20).


            Amados irmãos e irmãs em Cristo, Jesus é a Pedra Angular, a Pedra Fundamental. Aquela pedra que, conforme o nosso texto, os construtores rejeitaram, por acharem que não tinha valor e que na servia para nada; mas que, de fato, era a principal pedra, aquela que é a base do Evangelho, da Boa Nova da Salvação, da nossa Fé e também de nossa vida diária neste mundo, como cristãos, herdeiros da vida eterna que nos foi garantida através da Obra deste Cristo, que tanto foi rejeitado em seu tempo, como também o é, ainda hoje, por tantas pessoas, em nosso mundo.

            Como já conversamos nos cultos anteriores, como o povo rejeita a Cristo e a Palavra de Deus, como muitos preferem não dar ouvidos a sua Santa mensagem de salvação e buscam se salvar por seus prórpios meios, através de sua própria justiça, conseguir pela força a herança desejada. Vejam que o que aqueles lavradores fizeram era justamente isso: “Não vamos esperar que o dono da vinha nos conceda algo, nós mesmo podemos conquistar, nós temos forças para isso, nós podemos ter a nossa terra e a nossa vida por nós mesmos, não precisamos do dono da vinha, nem de seus servos e muito menos de seu filho para algo, nós podemos conquistar por nós mesmos”.

            Assim, caminha a humanidade. O Apóstolo Paulo em nosso epístola de hoje, dá uma resposta muito interessante e direta a estes lavradores da parábola, aos mestres da lei que achavam ser os donos das Escrituras e sabedores de tudo o que era preciso, e também a nós hoje, que muitas vezes, por causa do pecado, somos inclinados a pensar que talvez sozinhos podemos alcançar a salvação, que não precisamos de um Mediador para termos a Graça de Deus, que por nossas obras, nossas caridades, nosso fazer o bem, podemos caminhar rumo a vida eterna, em fim, podemos por nossas próprias forças, vencer o diabo, mundo, a nossa carne e todo o poder do pecado e assim sermos perfeitos diantes de Deus e conquistar a nossa terra prometida como os lavradores imaginaram e acharam, e entrarmos a Vida Eterna desta forma, como as autoridades daquela época de Jesus acreditavam.

            A resposta do Apóstolo Paulo diante de tudo isso é a seguinte: “No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor” (Fp 3.7). Ou seja, nada podemos fazer para alcançar a salvação, não são os nossos esforços, nossas boas obras, nossa caridade e nossas forças que nos levará a Vida Eterna, mas sim, unicamente a Obra Redentora de Cristo na Cruz, a morte do Filho de Deus para perdoar os pecados de toda a humanidade e garantir a herança de seu reino para todo aquele que nele crê (Jo 3.16). Os lavradores quiseram resolver da sua forma, rejeitaram os servos e mataram o filho do dono da plantação para terem a herança que desejavam. Os líderes religiosos e autoridades da época rejeitaram a mensagem de Cristo, rejeitaram o seu amor e decidiram seguir os seus próprio rumos, sua própria justiça para assim alcançarem a Graça diante de Deus. E muitos ainda hoje preferem seguir a si mesmo, rejeitando a Palavra de Deus, ou a distorcendo para dizer que cada qual pode obter a salvação por meio de suas forças, sua dignidade, em fim, por seu próprio mérito.

            Triste esta realidade, triste saber que tantos se perdem por conta disso, por não darem o valor devido aquele que é a Pedra Angular e que se colocam a si mesmos como a pedra fundamental de toda a construção. O Apóstolo Paulo nos lembra que: “É por meio da Fé em Cristo que somos salvos. E esta salvação vem de Deus e não de nós” (Fp 3. 9), e assim, é somente esta salvação que vem de Deus e que acontece fora de nós, que nos garante “a esperança de nós também sermos ressucitados da morte para a vida eterna” (Fp 3.11).


            Queridos irmãos, este tempo de Quaresma nos lembra que Deus em Cristo já realizou toda a Obra de Salvação em nosso lugar e que nós precisamos apenas crê, pois tudo já foi consumado por meio da Morte do Filho de Deus, na cruz do Calvário. Portanto, não sejamos como os lavradores da parábola que buscam com suas forças alcançarem a herança, ou então como as autoridades da época de Jesus que se achavam merecedores da salvação pois eram os mestres da lei, aqueles que já sabiam de tudo e não precisavam dar ouvidos aquele nazareno que se dizia o Filho de Deus. O Apóstolo Paulo nos lembra que esta vida é uma grande corrida, com muitos desafios, muitos obstáculos, mas que o principal já está feito, a Pedra Angular já esta posta no lugar onde deve estar e por isso, não precisamos conquistar prêmio algum (Como os lavradores queriam e como os religiosos achavam que podiam), mas, antes disso, “nós já fomos conquistados por Cristo Jesus” (Fp 3.12) e esta, a qual, corremos para alcançar, na certeza de que já foi garantido, e não por nossas forças, mas unicamente pela Graça de Deus é “a Nova Vida para a qual Deus nos chamou por meio de Jesus Cristo” (Fp 3.14).

 
        
 
 
            “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante” e esta pedra é Cristo, a Pedra Angular e Fundamental para a nossa vida, para nossa fé e principalmente para a nossa Salvação!
            A Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor de Deus Pai e a Comunhão do Espírito Santo, seja conosco, hoje e sempre. Amém!



Helvécio José Batista Júnior
juninho_vox@hotmail.com
www.celpi.com.br

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