A
PEDRA ANGULAR
Lucas
20. 9 – 20 e Filipenses 3. 4 – 14
Em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
“A Pedra que os construtores
rejeitaram veio a ser a mais importante de todas” (Lc 20.17)
Para
entendermos este versículo e, em fim, toda esta parábola, se torna importante
olharmos para o contexto onde ela é dita por Jesus. Apartir do versículo 28 do
capítulo 19 do Evangelho de Lucas temos Jesus Cristo entrando na cidade de
Jerusalém, e, naquele episódio quando boa parte da multidão se aglormera nas
ruas para recebê-lo, os mestres da lei, os religiosos da época, aqueles que
eram responsáveis pela pregação das Sagradas Escrituras, logo se irritam com
todo aquele alvoroço e, pedem para que Jesus mande os seus seguidores se
calarem, ao passo que Cristo responde: “Eu afirmo a vocês que, se eles se
calarem, as pedras gritarão” (Lc 19.40).
Já na cidade de Jerusalém, Jesus se
entristece pela forma como a “cidade santa” trata e tratou os profetas do Senhor
em toda a sua história e de uma forma bem especial, Jesus lamenta pelo fato de
Jerusalém não ter “reconhecido o tempo em que Deus veio para salvá-la” (Lc
19.44).
Após isso, Jesus então vai ao
Templo, um lugar sagrado, construído para orações, sacrifícios e louvores a
Deus, e o que ele encontra? Um verdadeiro comércio. Onde ninguém está
preucupado com a Palavra do Senhor, onde ninguém quem saber do Deus Verdadeiro,
mas sim, garantir o seu dinheirinho com as suas mercadorias. Jesus, que antes
estava triste com a situação de Jerusalém (Lc 19.41), agora fica irritado com o
desrespeito das pessoas pela Casa de Deus, e também pela omissão dos Líderes
Religiosos com este fato. Assim, Jesus passa a expulsar os vendedores e
comerciantes do Templo (Lc 19.45) e afirma: “A minha casa será uma Casa de
Oração” (Lc 19.46).
Em todos estes episódios, os mestres
da lei, chefes de sarcedotes, em fim, as autoridades religiosas da época
ficavam enfurecidos e loucos para, o quanto antes, capturarem Jesus e o matar.
No entanto, ao mesmo tempo, estava receosos pelo fato de muitos do povo o darem
atenção; deste modo, tentaram o atingir e até mesmo o humilhar diante do povo
por meio de palavras, perguntas, questionamentos para fazer com que Jesus
tropessasse e o povo então perdesse a admiração que tinha por ele (Lc 20. 1 –
8).
Diante de toda esta situação, Jesus
então conta uma parábola, uma história, direcionada ao povo, mas também aqueles
que o perseguia, o rejeitava e queriam a sua morte. Assim, chegamos ao nosso
Evangelho de hoje (Lc 20. 9 – 20).
Algumas perguntas podem surgir, e,
olhando para todo este contexto, se torna mais fácil termos as respostas. Em
primeiro lugar: Quem é este dono da vinha que a arrendou e foi viajar? O
próprio Deus, o nosso Pai dos Céus (Lc 20.9). Pois bem, sabendo que Deus Pai é
o dono da vinha, quem são os lavradores aos quais ele confiou a sua plantação e
colheita? Aqui podemos dar duas respostas: O povo e as autoridades religiosas
da época (Lc 20.10a). No tempo da colheita, Deus então envia seus servos, um
após outro, que acabam sendo rejeitados pelos lavradores e até mesmo feridos.
Quem são os servos? Os profetas do Senhor, aqueles que foram rejeitados e
maltratados, aqueles pelos quais o próprio Jesus chorou e lamentou (Lc 20. 10b
– 12a). E ai, chegamos ao ápice de nossa história, o ponto fundamental; pois
quando o dono vê que todos os seus servos foram rejeitados, humilhados e
feridos pelos lavradores, ele então decide enviar o seu próprio Filho, e agora,
com toda a certeza, já sabemos quem é este este Filho: Jesus (Lc 20. 12b – 15).
E conforme a parábola nos conta, ele também foi rejeitado, humilhado, ferido e
morto. Afinal de contas os lavradores queriam a vinha e toda a plantação
somente para eles. E para entendermos bem esta questão, naquela época, na
região de Israel, quando o herdeiro de algum proprietário morria, toda a sua
propriedade e suas terras passariam posteriormente a serem dos seus empregados,
então, a ideia dos lavradores eram: Matamos o filho que é o herdeiro e assim,
quando o dono da vinha morrer, toda esta plantação será nossa. Neste ponto da
história, quando Jesus pergunta as pessoas o que elas achavam que o dono da
vinha iria fazer com estes trabalhadores, elas respondem: “O dono irá matar
aqueles homens e dará a vinha para outros” (Lc 20.16); e Jesus complementa,
citando o Salmo 118, verso 22: “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a
ser a mais importante de todas” (Lc 20.17). É interessante que o nosso texto,
já no seu final lembra que os mestres da lei, as autoridades religiosas ali presente junto ao povo, ouvindo esta
história de Jesus se dão conta que Jesus havia contado esta parábola justamente
contra eles (Lc 20. 19). E isto faz muito sentido, pois como vimos
anteriormente, eles rejeitaram os profetas do Senhor, o próprio João Batista, o
precussor de Cristo, transformaram a Casa de Deus em um verdadeiro comércio e
agora estavam rejeitando o próprio Filho de Deus, o filho do dono da vinha e
ainda, planejavam confrontá-lo, ameaçá-lo, prender ele, e como já sabemos:
Matá-lo (Lc 20.20).
Amados irmãos e irmãs em Cristo,
Jesus é a Pedra Angular, a Pedra Fundamental. Aquela pedra que, conforme o
nosso texto, os construtores rejeitaram, por acharem que não tinha valor e que
na servia para nada; mas que, de fato, era a principal pedra, aquela que é a
base do Evangelho, da Boa Nova da Salvação, da nossa Fé e também de nossa vida
diária neste mundo, como cristãos, herdeiros da vida eterna que nos foi
garantida através da Obra deste Cristo, que tanto foi rejeitado em seu tempo,
como também o é, ainda hoje, por tantas pessoas, em nosso mundo.
Como já conversamos nos cultos
anteriores, como o povo rejeita a Cristo e a Palavra de Deus, como muitos
preferem não dar ouvidos a sua Santa mensagem de salvação e buscam se salvar
por seus prórpios meios, através de sua própria justiça, conseguir pela força a
herança desejada. Vejam que o que aqueles lavradores fizeram era justamente
isso: “Não vamos esperar que o dono da vinha nos conceda algo, nós mesmo
podemos conquistar, nós temos forças para isso, nós podemos ter a nossa terra e
a nossa vida por nós mesmos, não precisamos do dono da vinha, nem de seus
servos e muito menos de seu filho para algo, nós podemos conquistar por nós
mesmos”.
Assim, caminha a humanidade. O
Apóstolo Paulo em nosso epístola de hoje, dá uma resposta muito interessante e
direta a estes lavradores da parábola, aos mestres da lei que achavam ser os
donos das Escrituras e sabedores de tudo o que era preciso, e também a nós
hoje, que muitas vezes, por causa do pecado, somos inclinados a pensar que
talvez sozinhos podemos alcançar a salvação, que não precisamos de um Mediador
para termos a Graça de Deus, que por nossas obras, nossas caridades, nosso
fazer o bem, podemos caminhar rumo a vida eterna, em fim, podemos por nossas
próprias forças, vencer o diabo, mundo, a nossa carne e todo o poder do pecado
e assim sermos perfeitos diantes de Deus e conquistar a nossa terra prometida
como os lavradores imaginaram e acharam, e entrarmos a Vida Eterna desta forma,
como as autoridades daquela época de Jesus acreditavam.
A resposta do Apóstolo Paulo diante
de tudo isso é a seguinte: “No passado, todas essas coisas valiam muito para
mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor” (Fp
3.7). Ou seja, nada podemos fazer para alcançar a salvação, não são os nossos
esforços, nossas boas obras, nossa caridade e nossas forças que nos levará a
Vida Eterna, mas sim, unicamente a Obra Redentora de Cristo na Cruz, a morte do
Filho de Deus para perdoar os pecados de toda a humanidade e garantir a herança
de seu reino para todo aquele que nele crê (Jo 3.16). Os lavradores quiseram
resolver da sua forma, rejeitaram os servos e mataram o filho do dono da
plantação para terem a herança que desejavam. Os líderes religiosos e
autoridades da época rejeitaram a mensagem de Cristo, rejeitaram o seu amor e
decidiram seguir os seus próprio rumos, sua própria justiça para assim
alcançarem a Graça diante de Deus. E muitos ainda hoje preferem seguir a si
mesmo, rejeitando a Palavra de Deus, ou a distorcendo para dizer que cada qual
pode obter a salvação por meio de suas forças, sua dignidade, em fim, por seu
próprio mérito.
Triste esta realidade, triste saber
que tantos se perdem por conta disso, por não darem o valor devido aquele que é
a Pedra Angular e que se colocam a si mesmos como a pedra fundamental de toda a
construção. O Apóstolo Paulo nos lembra que: “É por meio da Fé em Cristo que
somos salvos. E esta salvação vem de Deus e não de nós” (Fp 3. 9), e assim, é
somente esta salvação que vem de Deus e que acontece fora de nós, que nos
garante “a esperança de nós também sermos ressucitados da morte para a vida
eterna” (Fp 3.11).
Queridos irmãos, este tempo de
Quaresma nos lembra que Deus em Cristo já realizou toda a Obra de Salvação em
nosso lugar e que nós precisamos apenas crê, pois tudo já foi consumado por
meio da Morte do Filho de Deus, na cruz do Calvário. Portanto, não sejamos como
os lavradores da parábola que buscam com suas forças alcançarem a herança, ou
então como as autoridades da época de Jesus que se achavam merecedores da
salvação pois eram os mestres da lei, aqueles que já sabiam de tudo e não
precisavam dar ouvidos aquele nazareno que se dizia o Filho de Deus. O Apóstolo
Paulo nos lembra que esta vida é uma grande corrida, com muitos desafios,
muitos obstáculos, mas que o principal já está feito, a Pedra Angular já esta
posta no lugar onde deve estar e por isso, não precisamos conquistar prêmio
algum (Como os lavradores queriam e como os religiosos achavam que podiam),
mas, antes disso, “nós já fomos conquistados por Cristo Jesus” (Fp 3.12) e esta,
a qual, corremos para alcançar, na certeza de que já foi garantido, e não por
nossas forças, mas unicamente pela Graça de Deus é “a Nova Vida para a qual
Deus nos chamou por meio de Jesus Cristo” (Fp 3.14).
“A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais
importante” e esta pedra é Cristo, a Pedra Angular e Fundamental para a nossa
vida, para nossa fé e principalmente para a nossa Salvação!
A Graça de Nosso Senhor Jesus
Cristo, o Amor de Deus Pai e a Comunhão do Espírito Santo, seja conosco, hoje e
sempre. Amém!
Helvécio José Batista Júnior
juninho_vox@hotmail.com
www.celpi.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário