ESTUDO BÍBLICO
"A dor na hora de dizer adeus e a esperança na ressurreição"
20 de Fevereiro de 2013
1. INTRODUÇÃO:
Em funerais e
sepultamentos é bastante comum vermos pessoas chorando, em grande tristeza, se
angustiando. Algumas chegam a passar mal, sofrer desmaios ou até mesmo, entrar
em estado de choque. São essas, algumas das principais reações do ser humano
diante da morte de alguém próximo.
Por causa desse tipo de
reação, existem aquelas pessoas que julgam este lamento e desespero nestas situações
como sendo unicamente falta de fé. E este é um ensinamento bastante difundido
em nosso meio atual: Mais do que um simples choro ou um rápido lamento diante
da morte é a confirmação da falta de fé em Cristo e na Ressurreição.
2. QUESTÕES
PRELIMINARES:
Com base nestas nisto,
questionamos: Será assim mesmo? Será que estas reações são, de fato, falta de
fé? Mesmo quando um cristão chora (até mesmo amargamente ou desesperadamente)
se caracteriza unicamente como falta de fé na Ressurreição? Em fim, qual o nosso
papel como Igreja diante destas situações, destas reações e destas afirmações?
3. TEXTO
BÍBLICO:
Vejamos um episódio em
que as Sagradas Escrituras nos fala a respeito deste assunto: “Gênesis 23. 1 –
2”. Neste texto vemos a morte de Sara, esposa de Abraão, o qual chorou e
lamentou profundamente pela morte de sua querida e amada esposa.
4. PALAVRA
DE LUTERO:
Uma reflexão de Martinho
Lutero nos clareia um pouco mais esta questão:
“Está escrito que Abraão lamentou e
chorou por Sara, para que fique bem claro que não há nada de errado em ficar
aflito, triste e enlutado quando falessem aqueles que amamos. Embora todos
tenhamos de morrer, estamos, assim mesmo, de tal forma ligados uns aos outros
pelo amor, que cada qual deve se alegrar com a vida do outro. Enquanto
vivermos, o amor deve ser colocado em ação, preocupando-se com a pobreza ou
qualquer outra necessidade do próximo. Deus não deseja anular a natureza
através do Evangelho. Ao contrário, preserva o que é natural, dando-lhe, porém,
a direção correta. É natural que um pai ame o seu filho, que a mulher ame a seu
marido, e que se alegrem quando tudo vai bem, e que fiquem tristes quando algo
vai mal. Em relação a Deus, segundo a fé, o cristão não se deixa abalar, mesmo
que tudo vá águas abaixo; agora, segundo o amor, devemos nos importar como se
fosse nossa própria necessidade e agir com amor. Caso contrário, ou seja, se
isso não nos servisse de lição, Deus não teria mandado escrever que o grande
patriarca Abraão chorou a morte de sua esposa. Assim, Deus permite que nos
pertubemos interiormente. Contudo, é de sua vontade que superemos esta
pertubação por meio da fé e, dessa forma, não desanimemos nem nos afastemos de
Deus”.
(LUTERO,
Martinho. CF 1983, 27 de Janeiro)
5. PALAVRAS
COMPLEMENTARES:
O nosso choro, nosso lamento,
nossa aflição e nossa tristeza de forma alguma caracteriza o cristão como
incrédulo e sem fé na ressurreição. No entanto, para aqueles que não crêem em
Cristo como o seu Salvador, este desespero pode significar a agonia de não
saber mais o que acontecerá, pois não sabe que a morte não é o fim e que um dia
ainda os filhos de Deus irão se reencontrar.
O mais correto é, não
julgar, afinal de contas, não conhecemos o coração de cada pessoa. Além disso,
é bem provável que o choro e a tristeza diante da morte de alguém, muito ao
contrario de uma falta de fé, é na verdade um sinal de amor.
O único cuidado que
precisamos ter em meio a estas situações é o de não deixar que nossas emoções
(Que são sentimentos naturais em nossa vida) interfiram em nosso relacionamento
com Deus e pertubem a nossa fé.
Por isso, também, nestes
momentos, é sempre bom se ter alguém junto, um ombro amigo, alguém para
conversar, chorar, ou, simplesmente para estar do lado ouvindo aquele que
sofre.
É neste contexto que
encontramos o nosso papel como Igreja e como Cristãos.
6. O
NOSSO PAPEL COMO IGREJA E COMO CRISTÃOS:
O Apóstolo Paulo,
inspirado por Deus, nos ensina em sua carta aos Romanos, capítulo 12, verso 15:
“Alegrai-vos com os que se alegram e
chorai com os que choram”.
Este é o nosso papel
como cristão. Não devemos julgar ou imaginar coisas a respeito do sofrimento do
próximo, mas, precisamos, sempre que possível, estar junto dele em suas
necessidades, principalmente em situações de perda como a morte. Em algumas
situações nem precisamos falar nada, irão existir outras oportunidaes para que
possa dizer algo, pois, no momento da morte, a pessoa que lamenta e esta
enulatada necessita apenas de amor, e como sabemos, o amor não precisa vir
acompanhado de palavras para ser amor; a própria presença, o ouvir atentamente,
o famoso ombro amigo, tudo isto e tantas outras mais, são formas de amor,
formas para tratarmos e cuidarmos de nosso próximo em meio a dor, ao sofrimento
e a perda.
7. A ALEGRIA DA ESPERANÇA
O mesmo Apóstolo Paulo
que nos diz que podemos sim, chorar e lamentar, também nos ensina que este
choro não será eterno. Pois, por causa de Cristo temos a esperança concreta na
ressurreição, conforme o apóstolo escreve em sua primeira carta aos Corintios,
capítulo 15, verso 20: “Mas, de fato,
Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem”.
A ressurreição precisa
ser dita em algum momento, mas ela não é um passe mágica em que, a partir do
momento que a ensine, o choro, a dor e a tristeza rapidamente desaparecerão.
Temos de ter o bom senso para participar no luto de nossos irmãos com cautela e
amor.
Em uma das mais belas
canções da Banda Catedral, escrita em homagem a um dos integrantes que havia
falecido, temos um resumo bastante simples e claro a respeito disso:
“Tenho certeza que vou te encontrar.
Não sei o dia e a hora, mas sei o lugar. Sei que você está bem. Mesmo assim,
isso não me impede de chorar”.
(Kim
e Julio. BANDA CATEDRAL. “A tempestade e o sol”)
8. CONCLUSÃO:
Como forma de conlusão e
também como palavras de conforto e consolo diante destas situações, deixamos as
palavras do Salmo 30, verso 5b: “Ao
anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã”.
9. BÊNÇÃO:
“A Graça de nosso Senhor Jesus
Cristo, o Amor de Deus Pai e a Comunhão do Espírito Santo, seja conosco, hoje e
sempre. Amém!”
Helvécio José Batista Júnior
juninho_vox@hotmail.com
www.celpi.com.br
@juninhovox23
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