sexta-feira, 29 de março de 2013

SEXTA FEIRA SANTA


ESTÁ CONSUMADO!

Evangelho Segundo São João 19. 17 – 30


 


            Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!

            “Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.” (Jo 19.30)

            Está consumado! Este foi o último suspiro de Jesus na cruz, a palavra final, a consumação de toda a sua obra, o apogeu de todo o plano de Deus em favor da humanidade!

            Para entendermos melhor esta palavra de Jesus precisamos voltar um pouco no tempo. Quando recordamos a história da humanidade percebemos que logo em seu início, um mundo perfeito e sem mácula, criado por Deus e dado ao homem; é surpreendido por uma grande tragédia, uma desgraça provocada pelo próprio ser humano, conforme Gênesis 2, que recai sobre toda a humanidade. A partir deste evento, da queda humana em pecado, o mundo e todos os homens ficam sob a maldade, a desgraça, a escravidão e a morte.

            Ali em Gênesis 2, poderia se dizer que aconteceu um “Fim”, pois, naquele momento, para Adão e Eva e, consequentemente para todos nós, tudo estava perdido, tudo havia caído por terra, todo o mundo perfeito havia ficado para trás, tudo o que Deus havia criado e era muito bom agora estava contaminado pelo virus do pecado, um virus maligno e infernal, do qual o ser humano não teria forças para se livrar e muito menos uma fórmula para conseguir a cura. Em outras palavras, para a humanidade, naquele momento, tudo estava terminado, não havia mais esperança, não havia mais salvação. Aquele era o fim!

Mas, a história não termina desta forma, para Deus o fim era só o começo. Pois, mesmo que o ser humano, agora envergonhado, perdido e condenado, não conseguia enxergar esperança; Deus, unicamente em bondade e misericórdia intervem na história da humanidade. E mesmo, o homem tendo se afastado dele, Ele não se afastou dos seus filhos; mesmo quando o homem o deixou de lado e buscou seguir o seu próprio rumo, Deus continuou ao lado do homem!

            Isto é confirmado na promessa de Deus por um Salvador, logo após a queda, conforme Gênesis 3.15. Deus promete a vitória! Vitória sobre o mal, sobre o pecado, o mundo, o diábo e nossa própria carne corrompida. No entanto, o ser humano que caiu em pecado não poderia vencer esta batalha, não teria força suficiente para mudar a história, por isso, então, Deus providencia um substituto, Alguém que daria a sua própria vida em sacrifício pela humanidade caída e condenada; Alguém que derramaria o seu santo e inocente sangue em favor do ser humano em resgate da escravidão do pecado; Alguém que sofreria o peso da desgraça, do abandono, da dor e do pecado de todos nós. Alguém que iria transformar aquele “fim da humanidade” para a condenação eterna em um “Início” para a Salvação Eterna!

            O Profeta Isaías nos conta sobre este subistituto que Deus escolheu para nos livrar de mal e desta condenação e como sucedeu este plano para a rendenção da humanidade. Em seu livro, no capítulo 53, a partir do verso 3 lemos: “Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens...Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si... Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca... Ele derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu!”

            Vejam, meus amados irmãos que não foi uma tarefa simples, algo fácil e rápido. Muito pelo contrário, o Plano da Salvação de Deus consistia em derramamento de sangue, em dor, em angustia e em sofrimento. Consistia no fato de este substituto, este servo, pagar por algo que não havia cometido, e , se doar pelos homens, carregar o peso da traição dos homens sobre os seus ombros e entregar a sua vida, não por ele mesmo, mas pelo ser humano, perdido e condenado!

            Quando Jesus, em fim grita Esta Consumado! Tudo está completado! De fato, tudo estava terminado: os portões que nos aprisionavam ao pecado, a morte e ao inferno foram quebrados; todo o peso o de nossa transgressão e nossos delitos foram apagados; A condenação e o castigo eterno que nos assolavam foi destruído; e nossa vida, purificada pelo sangue do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1).

            A condenação eterna que o homem tinha trazido para si ainda no jardim do Eden, quando cedeu a tentação de Satanás e que o fazia prisioneiro do diabo, agora foi liquidada, pois Jesus Cristo pagou com a sua própria vida, com o seu sangue o preço pelo resgate da humanidade; e por isso, também, ele pode afirmar: “Todo aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá!” (Jo 3.16); por que ele mesmo garantiu esta vitória, ele mesmo consumou o plano de Deus para a Salvação da Humanidade, cumpriu a promessa que o Senhor havia feito ainda no início da história do mundo, ele mesmo se doou como sacrifício pelos nossos pecados, para que assim, nós pudessemos ter vida, e certeza nas palavras do próprio Cristo quando diz: “Todo aquele que crê em mim, ainda que morra viverá!”

            Está consumado! Tudo está completado! Tudo está cumprido! Deus entrega o seu Único Filho por amor ao ser humano, e este Filho, em obediência ao Pai, se doa por inteiro, realizando uma troca que, aos nossos olhos parece muito injusta, mas que era necessária. Jesus doa tudo o que tem de bom para o homem e recebe em troca tudo o que o homem tem de mal! Jesus recebe toda a Ira de Deus no lugar dos homens, sofre todo o castigo pelo pecado nos lugar da humanidade e concede em troca disso: Amor, Graça, Misericórdia e Salvação!

            Martinho Lutero, explicando esta, que para nós, é uma Feliz Troca, mas que para o Cordeiro de Deus resultou em sofrimento e morte, afirma: “O Amor de Deus não cessou quando veio ser um de nós, neste mundo marcado pelo mal. Mais do que vir e estar entre nós, como um de nós, ele veio, para se tornar, na cruz, à vista de seu Pai e nosso Juíz, o maior ladrão, assassino, adúltero, assaltante, profano, blasfemos, etc. que já existiu em algum lugar do mundo. Ele não está agindo em sua própria pessoa. Agora ele é um pecador, que tem e carrega o pecado de Paulo, que antes era blasfemador, perseguidor e agressor; o pecado de Pedro, que negou a Cristo; o pecado de Davi, que era um adúltero e assassino. Em suma, ele tem e carrega em seu corpo todos os pecados de todos os homens – não no sentido de que ele os cometeu, mas no sentido de que ele tomou esses pecados, por nós cometidos, sobre o seu próprio corpo, afim de pagar por eles com o seu próprio sangue!”.
 
 
            Em fim, meus queridos irmãos, Cristo foi crucificado para que o mundo fosse salvo; por isso também, quando lemos esta palavra: Está consumado! Temos de ter a certeza de que agora não somos mais escravos do pecado, por que Jesus venceu o pecado com o seu sacrifício! Também não precisamos mais nos amedrontar diante da morte, porque Jesus também venceu a morte e nos garantiu a vida eterna! Por tudo isso, o diábo não tem mais poder sobre nós, porque fomos purificados pelo sangue de Cristo e o diábo vencido pela morte do Filho de Deus!

            Está consumado! Acabou! O fim não é lá no jardim do Éden com a queda do homem em pecado, mas o fim é em Cristo, em sua Obra na cruz, onde também nos garante que o próprio fim é só mais um começo, pois estavamos perdidos e agora fomos achados, estavamos mortos e agora fomos vivificados!

            Este é o siginificado da grandiosa Obra de Deus por meio de Cristo em nossa vida. A vitória sobre o mundo, o diábo e o pecado é completa e definitiva em Jesus!

            Com o seu sangue ele nos redimiu, com a sua morte ele nos deu a vida, com o seu grito final: TUDO ESTÁ COMPLETADO! Cristo nos deu a vitória por completo! Ele nos salvou!

            Amados irmãos Este é o Verdadeiro Amor de Deus = ESTÁ CONSUMADO! E por saber disso, podemos fazer coro as palavras de João Batista, ainda no início do Evangelho de João, Capítulo 1; onde, ao avistar Jesus, aponta para ele e diz: “EIS O CORDEIRO DE DEUS QUE TIRA O PECADO DO MUNDO!”

            Amém!

           


            A Graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor de Deus Pai e a Comunhão do Espírito Santo, seja com todos, hoje e sempre. Amém!



 
Helvécio José Batista Júnior
 
 
 


domingo, 24 de março de 2013

DOMINGO DE RAMOS, 2013 AD


BENDITO AQUELE QUE VEM EM NOME DO SENHOR
São Lucas 19. 28 – 40 e Filipenses 2. 5 – 11
 
            Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
            “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz!” (Filipenses 2. 5 – 8).
            Amados irmãos em Cristo Jesus; hoje, quando estamos lembrando o Domingo de Ramos, a Entrada de Jesus Cristo na Cidade de Jerusalém, também estamos celebrando o início da Semana Santa: A Semana mais importante de toda a história, pois nela, o Messias enviado de Deus cumpriu a sua Obra. Abdicou de toda a glória que lhe cabia; e, humildemente, como um servo, entregou a sua própria vida por amor de toda a humanidade!
            Jesus Cristo, em um gesto de bondade e misericórdia carregou sobre os próprios ombros o peso do pecado de todos nós e como uma ovelha muda que é levada ao matadouro, ele se deixou levar, não abriu a boca, não reclamou e não pediu nada em troca. Simplesmente preferiu se esvaziar de todo o seu poder e toda a sua majestade para assim, feito homem, como cada um de nós, dar a sua própria vida, derramar o seu santo e inocente sangue para nos resgatar. Isso mesmo, Jesus Cristo, o Filho de Deus, Autor da Vida, Senhor dos Céus e da Terra decide se humilhar e por um momento esquecer-se de tudo isso que é seu, que é próprio do seu ser, e olhar para nós, homens perdidos e condenados, homens destinados ao fogo eterno do inferno, homens que traíram o próprio Deus, homens que negaram o próprio Deus, homens que criaram deuses para si e se esqueceram do Deus Verdadeiro, homens que por causa de sua soberba, ganância e sede de poder, preferiram dar ouvidos a Satanás e trazer o pecado para um mundo que era perfeito e sem mácula, que por si só, já é um grande presente de Deus!
            Queridos irmãos, é para este povo, povo que somos nós mesmos, toda a humanidade, que Deus em Cristo absolve e perdoa, e ainda salva e garante a Vida Eterna em sua companhia.
            Percebam o amor tão grandioso e incondicional deste Deus tão maravilhoso por seus filhos! Vejam, por exemplo, no episódio que hoje estamos recordando. Quando Jesus Cristo entra na cidade de Jerusalém e é recebido com festa, com alegria, onde o povo o exalta e clama de todo o coração: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Paz nos céus e glórias nas maiores alturas!”. Agora, vejam também o que acontece em apenas cinco dias depois: o povo que em sua entrada agradecia aos céus e louvava a Deus com todo o fervor, agora diz: “Crucifica-o! Crucifica-o!” (Lucas 23.21). E o mais incompreensivo para a nossa razão humana, o mais incrível de toda esta história é que Jesus dá a sua própria vida também por este povo, Jesus se entrega e se deixa ser castigado e humilhado para que todos nós e também esta gente tenha a esperança de que nele há salvação, de que somente Ele: Aquele Homem-Deus que sofre e chora, que é castigado e carrega uma pesada cruz, que pede para que o Pai, mesmo diante de tudo isso ainda perdoe aqueles que o maltratam. Aquele Homem-Deus que morre pregado em uma rude cruz é o único Caminho, a única Verdade e a única Vida!
            Por isso, quando recordamos uma data tão importante como esta, o Domingo de Ramos, o início da Semana Santa, precisamos nos dar conta: “Que grandiosa prova de amor Jesus Cristo, o Messias enviado de Deus, nos deu!”. E digo mais, não somente nesta semana, onde celebramos este momento. Mas em toda a nossa vida, em todo o nosso dia a dia, com todas as forças.
            Jesus, que já mostra a sua humildade desde cedo, nascendo em uma estrebaria, sendo deitado em uma simples manjedoura, crescendo como um carpinteiro em uma cidadezinha do interior, e, agora, entrando na Santa Cidade de Jerusalém, montado em um jumentinho. E muito mais do que tudo isso, muito mais importante do que estes sinais de humildade que facilmente reconhecemos. Jesus, o Rei dos Reis, o Filho do Altíssimo Pai, se torna um servo, deixa de lado a sua glória e ao invés de ser servido, escolhe servir, prefere se doar, prefere se colocar na nossa frente e deixar que a sua própria vida seja o nosso escudo, nosso refúgio, nosso socorro e principalmente, nossa Salvação!
            O profeta Isaias nos lembra: “Ele tomou sobre si as nossas enfermidade e as nossas dores levou sobre si... Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados... Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca...” (Is 53) e por causa de nossa transgressão, nosso pecado, ele foi ferido e morto, morte de cruz!
            Meus amados irmãos, foi por causa de todo este sofrimento, de toda esta dor, de toda esta angústia é que podemos estar hoje aqui celebrando este Domingos de Ramos na Casa de Deus e assim marcando o início de mais uma Semana Santa, com a Graça e a Misericórdia deste nosso Deus em Cristo, que abriu mão de sua glória para nos dar a vistoria sobre o mal e nos resgatar da escravidão do pecado!
            Foi por causa desta Obra Redentora de Jesus Cristo na cruz do calvário por toda a humanidade que, conforme Filipenses 2. 9 – 11, “Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e assim, toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai!”.
        
            “A Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor de Deus Pai e a Comunhão do Espírito Santo sejam com todos, hoje e sempre. Amém!”
 
 
 
Helvécio José Batista Júnior
Domingo de Ramos, 2013 AD
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

ESTUDO BÍBLICO DA SEMANA



ESTUDO:  “Sonhos – O que são e o que significam”

 

1.       O que são nossos sonhos?

v Estudos sugerem, que nossos sonhos (mesmo os mais estranhos) são uma forma usada pelo cérebro para “digerir” as experiências do dia-a-dia.

ü Texto Bíblico: “Isaías 29.8”

 

2.     Teorias científicas a respeito de nossos sonhos:

v Freud afirmou que os sonhos são consequências da repressão de alguns de nossos desejos, tão estranhos à nossa natureza consciente, que só aparecem sob a forma de símbolos.

v Jung sugeriu que havia algo que denominou de " Inconsciente Coletivo”, uma parte da mente na qual estão depositadas as informações comuns a todos os seres humanos, assim pretendia explicar o fato de pessoas de culturas diferentes, de pontos opostos da Terra, relatarem sonhos com símbolos específicos, aparentemente com o mesmo significado.

ü Texto Bíblico: “Jeremias 29.8”

 

3.      Deus fala com o seu povo por meio de sonhos?

v Exemplos onde Deus fala ao homem através de sonhos: “1Reis 3.5” – “Mateus 2. 12 e 19”.

v É preciso notar a diferença entre estes textos e nossa realidade hoje. Naquelas circunstâncias o uso dos sonhos para esta comunicação entre Deus e o homem era extremamente necessário. No entanto, hoje nós já temos toda a Revelação de Deus para o ser humano: A Bíblia. A Sua Palavra escrita foi a forma que Deus escolheu para a sua relação com toda a humanidade e, na Bíblia nós encontramos tudo o que precisamos saber para a nossa salvação.

v As Sagradas Escrituras é tudo o que precisamos saber e conhecer: “2Timóteo 3. 14 – 17”.

v Tudo que vai além das Escrituras é maldição e não vem de Deus: “Gálatas 1. 8 – 9”.

 

4.      Deus hoje também fala conosco e vem até nós por meio da sua Santa Palavra e dos Sacramentos:

v Deus não precisa falar por meio de sonhos, pois Ele mesmo já nos concedeu os Meios da Graça, pelos quais, em seu amor vem a cada um de nós: Palavra, Batismo e Santa Ceia.

v A falta de comunhão com estes Meios pode provocar dúvidas sobre a nossa vida, nosso relacionamento com Deus e a nossa salvação. Estas dúvidas e preocupações, como vimos acima, pode acarretar em sonhos ruins, maus pensamentos e até mesmo cansaço mental.

 

5.      Comos analisar os sonhos?

v “Jeremias 23. 25 – 28” = O sonho é apenas sonho, algo natural do ser humano, que brota na mente do humana e, por isso, não pode, categoricamente, ser olhado como revelação divina.

v “Judas 1.8” = Precisamos ter o cuidado de nos deixarmos ser alucinados pelos sonhos.

 

6.     Conclusão:

v Como vive um Cristão: “Atos 2. 42 – 47”.

Helvécio José Batista Júnior

 

domingo, 17 de março de 2013


A PEDRA ANGULAR

Lucas 20. 9 – 20 e Filipenses 3. 4 – 14

                           

        
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém!
            “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas” (Lc 20.17)



 

Para entendermos este versículo e, em fim, toda esta parábola, se torna importante olharmos para o contexto onde ela é dita por Jesus. Apartir do versículo 28 do capítulo 19 do Evangelho de Lucas temos Jesus Cristo entrando na cidade de Jerusalém, e, naquele episódio quando boa parte da multidão se aglormera nas ruas para recebê-lo, os mestres da lei, os religiosos da época, aqueles que eram responsáveis pela pregação das Sagradas Escrituras, logo se irritam com todo aquele alvoroço e, pedem para que Jesus mande os seus seguidores se calarem, ao passo que Cristo responde: “Eu afirmo a vocês que, se eles se calarem, as pedras gritarão” (Lc 19.40).

            Já na cidade de Jerusalém, Jesus se entristece pela forma como a “cidade santa” trata e tratou os profetas do Senhor em toda a sua história e de uma forma bem especial, Jesus lamenta pelo fato de Jerusalém não ter “reconhecido o tempo em que Deus veio para salvá-la” (Lc 19.44).

            Após isso, Jesus então vai ao Templo, um lugar sagrado, construído para orações, sacrifícios e louvores a Deus, e o que ele encontra? Um verdadeiro comércio. Onde ninguém está preucupado com a Palavra do Senhor, onde ninguém quem saber do Deus Verdadeiro, mas sim, garantir o seu dinheirinho com as suas mercadorias. Jesus, que antes estava triste com a situação de Jerusalém (Lc 19.41), agora fica irritado com o desrespeito das pessoas pela Casa de Deus, e também pela omissão dos Líderes Religiosos com este fato. Assim, Jesus passa a expulsar os vendedores e comerciantes do Templo (Lc 19.45) e afirma: “A minha casa será uma Casa de Oração” (Lc 19.46).

            Em todos estes episódios, os mestres da lei, chefes de sarcedotes, em fim, as autoridades religiosas da época ficavam enfurecidos e loucos para, o quanto antes, capturarem Jesus e o matar. No entanto, ao mesmo tempo, estava receosos pelo fato de muitos do povo o darem atenção; deste modo, tentaram o atingir e até mesmo o humilhar diante do povo por meio de palavras, perguntas, questionamentos para fazer com que Jesus tropessasse e o povo então perdesse a admiração que tinha por ele (Lc 20. 1 – 8).

            Diante de toda esta situação, Jesus então conta uma parábola, uma história, direcionada ao povo, mas também aqueles que o perseguia, o rejeitava e queriam a sua morte. Assim, chegamos ao nosso Evangelho de hoje (Lc 20. 9 – 20).

            Algumas perguntas podem surgir, e, olhando para todo este contexto, se torna mais fácil termos as respostas. Em primeiro lugar: Quem é este dono da vinha que a arrendou e foi viajar? O próprio Deus, o nosso Pai dos Céus (Lc 20.9). Pois bem, sabendo que Deus Pai é o dono da vinha, quem são os lavradores aos quais ele confiou a sua plantação e colheita? Aqui podemos dar duas respostas: O povo e as autoridades religiosas da época (Lc 20.10a). No tempo da colheita, Deus então envia seus servos, um após outro, que acabam sendo rejeitados pelos lavradores e até mesmo feridos. Quem são os servos? Os profetas do Senhor, aqueles que foram rejeitados e maltratados, aqueles pelos quais o próprio Jesus chorou e lamentou (Lc 20. 10b – 12a). E ai, chegamos ao ápice de nossa história, o ponto fundamental; pois quando o dono vê que todos os seus servos foram rejeitados, humilhados e feridos pelos lavradores, ele então decide enviar o seu próprio Filho, e agora, com toda a certeza, já sabemos quem é este este Filho: Jesus (Lc 20. 12b – 15). E conforme a parábola nos conta, ele também foi rejeitado, humilhado, ferido e morto. Afinal de contas os lavradores queriam a vinha e toda a plantação somente para eles. E para entendermos bem esta questão, naquela época, na região de Israel, quando o herdeiro de algum proprietário morria, toda a sua propriedade e suas terras passariam posteriormente a serem dos seus empregados, então, a ideia dos lavradores eram: Matamos o filho que é o herdeiro e assim, quando o dono da vinha morrer, toda esta plantação será nossa. Neste ponto da história, quando Jesus pergunta as pessoas o que elas achavam que o dono da vinha iria fazer com estes trabalhadores, elas respondem: “O dono irá matar aqueles homens e dará a vinha para outros” (Lc 20.16); e Jesus complementa, citando o Salmo 118, verso 22: “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante de todas” (Lc 20.17). É interessante que o nosso texto, já no seu final lembra que os mestres da lei, as autoridades religiosas  ali presente junto ao povo, ouvindo esta história de Jesus se dão conta que Jesus havia contado esta parábola justamente contra eles (Lc 20. 19). E isto faz muito sentido, pois como vimos anteriormente, eles rejeitaram os profetas do Senhor, o próprio João Batista, o precussor de Cristo, transformaram a Casa de Deus em um verdadeiro comércio e agora estavam rejeitando o próprio Filho de Deus, o filho do dono da vinha e ainda, planejavam confrontá-lo, ameaçá-lo, prender ele, e como já sabemos: Matá-lo (Lc 20.20).


            Amados irmãos e irmãs em Cristo, Jesus é a Pedra Angular, a Pedra Fundamental. Aquela pedra que, conforme o nosso texto, os construtores rejeitaram, por acharem que não tinha valor e que na servia para nada; mas que, de fato, era a principal pedra, aquela que é a base do Evangelho, da Boa Nova da Salvação, da nossa Fé e também de nossa vida diária neste mundo, como cristãos, herdeiros da vida eterna que nos foi garantida através da Obra deste Cristo, que tanto foi rejeitado em seu tempo, como também o é, ainda hoje, por tantas pessoas, em nosso mundo.

            Como já conversamos nos cultos anteriores, como o povo rejeita a Cristo e a Palavra de Deus, como muitos preferem não dar ouvidos a sua Santa mensagem de salvação e buscam se salvar por seus prórpios meios, através de sua própria justiça, conseguir pela força a herança desejada. Vejam que o que aqueles lavradores fizeram era justamente isso: “Não vamos esperar que o dono da vinha nos conceda algo, nós mesmo podemos conquistar, nós temos forças para isso, nós podemos ter a nossa terra e a nossa vida por nós mesmos, não precisamos do dono da vinha, nem de seus servos e muito menos de seu filho para algo, nós podemos conquistar por nós mesmos”.

            Assim, caminha a humanidade. O Apóstolo Paulo em nosso epístola de hoje, dá uma resposta muito interessante e direta a estes lavradores da parábola, aos mestres da lei que achavam ser os donos das Escrituras e sabedores de tudo o que era preciso, e também a nós hoje, que muitas vezes, por causa do pecado, somos inclinados a pensar que talvez sozinhos podemos alcançar a salvação, que não precisamos de um Mediador para termos a Graça de Deus, que por nossas obras, nossas caridades, nosso fazer o bem, podemos caminhar rumo a vida eterna, em fim, podemos por nossas próprias forças, vencer o diabo, mundo, a nossa carne e todo o poder do pecado e assim sermos perfeitos diantes de Deus e conquistar a nossa terra prometida como os lavradores imaginaram e acharam, e entrarmos a Vida Eterna desta forma, como as autoridades daquela época de Jesus acreditavam.

            A resposta do Apóstolo Paulo diante de tudo isso é a seguinte: “No passado, todas essas coisas valiam muito para mim; mas agora, por causa de Cristo, considero que não tem nenhum valor” (Fp 3.7). Ou seja, nada podemos fazer para alcançar a salvação, não são os nossos esforços, nossas boas obras, nossa caridade e nossas forças que nos levará a Vida Eterna, mas sim, unicamente a Obra Redentora de Cristo na Cruz, a morte do Filho de Deus para perdoar os pecados de toda a humanidade e garantir a herança de seu reino para todo aquele que nele crê (Jo 3.16). Os lavradores quiseram resolver da sua forma, rejeitaram os servos e mataram o filho do dono da plantação para terem a herança que desejavam. Os líderes religiosos e autoridades da época rejeitaram a mensagem de Cristo, rejeitaram o seu amor e decidiram seguir os seus próprio rumos, sua própria justiça para assim alcançarem a Graça diante de Deus. E muitos ainda hoje preferem seguir a si mesmo, rejeitando a Palavra de Deus, ou a distorcendo para dizer que cada qual pode obter a salvação por meio de suas forças, sua dignidade, em fim, por seu próprio mérito.

            Triste esta realidade, triste saber que tantos se perdem por conta disso, por não darem o valor devido aquele que é a Pedra Angular e que se colocam a si mesmos como a pedra fundamental de toda a construção. O Apóstolo Paulo nos lembra que: “É por meio da Fé em Cristo que somos salvos. E esta salvação vem de Deus e não de nós” (Fp 3. 9), e assim, é somente esta salvação que vem de Deus e que acontece fora de nós, que nos garante “a esperança de nós também sermos ressucitados da morte para a vida eterna” (Fp 3.11).


            Queridos irmãos, este tempo de Quaresma nos lembra que Deus em Cristo já realizou toda a Obra de Salvação em nosso lugar e que nós precisamos apenas crê, pois tudo já foi consumado por meio da Morte do Filho de Deus, na cruz do Calvário. Portanto, não sejamos como os lavradores da parábola que buscam com suas forças alcançarem a herança, ou então como as autoridades da época de Jesus que se achavam merecedores da salvação pois eram os mestres da lei, aqueles que já sabiam de tudo e não precisavam dar ouvidos aquele nazareno que se dizia o Filho de Deus. O Apóstolo Paulo nos lembra que esta vida é uma grande corrida, com muitos desafios, muitos obstáculos, mas que o principal já está feito, a Pedra Angular já esta posta no lugar onde deve estar e por isso, não precisamos conquistar prêmio algum (Como os lavradores queriam e como os religiosos achavam que podiam), mas, antes disso, “nós já fomos conquistados por Cristo Jesus” (Fp 3.12) e esta, a qual, corremos para alcançar, na certeza de que já foi garantido, e não por nossas forças, mas unicamente pela Graça de Deus é “a Nova Vida para a qual Deus nos chamou por meio de Jesus Cristo” (Fp 3.14).

 
        
 
 
            “A Pedra que os construtores rejeitaram veio a ser a mais importante” e esta pedra é Cristo, a Pedra Angular e Fundamental para a nossa vida, para nossa fé e principalmente para a nossa Salvação!
            A Graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Amor de Deus Pai e a Comunhão do Espírito Santo, seja conosco, hoje e sempre. Amém!



Helvécio José Batista Júnior
juninho_vox@hotmail.com
www.celpi.com.br

terça-feira, 5 de março de 2013

"Cantaremos uma nova canção"... Para um novo mês que se inicia!

"Esperei confiantemente pelo Senhor; ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro. Tirou-me de um poço de perdição, de um tremendal de lama; colocou-me os pés sobre uma rocha e me firmou os passos. E me pôs nos lábios um novo cântico, um hino de louvor ao nosso Deus; muitos verão estas coisas, temerão e confiarão no Senhor."
(Salmo 40. 1 - 3)

 
Enquanto muitos grupos, artistas e bandas ao redor do mundo cantam o sexo, as drogas e o secularismo, ainda existem aqueles poucos que se lembram de agradecer a Deus pelo dom que Ele deu a cada um. Uma dessas banda é o "U2", onde no vídeo acima, pode-se conferir a sua versão do Salmo 40, versículos 1 - 3, em uma de suas mais emocionantes canções "40". O vídeo é legendado.
 
Ouçam com atenção as palavras deste salmo que nos lembra que o é o próprio Deus que nos concede o dom de louvar, é Ele mesmo que coloca o cântico em nossas bocas e também é o único que nos convida a louvar e nos promete ouvir o nosso louvor.
 
Que Deus abençoe a todos, de uma forma especial, este novo mês que se inicia, para honra e glória daquele que é o único que é digno de toda esta honra, toda a glória e todo o louvor: O nosso Senhor, que é Pai, Filho e Espírito Santo!
Amém!
 
 
Helvécio José Batista Júnior
 
 
celpi.com.br